Folha – Caderno Imóveis – Parque de Luxo

Endereços mais caros em São Paulo estão nas Zonas Oeste e Sul, próximos a áreas verdes e serviços de alto padrão.

A menos de um quilômetro do parque Ibirapuera, bem servida de restaurantes, farmácias e cafeterias e com vizinhança nobre, a região da Praça Pereira Coutinho, no bairro Vila Nova Conceição, na Zona Sul de São Paulo, virou sinônimo de moradia de qualidade. E é hoje o endereço mais caro da capital.

Segundo estudo da imobiliária Coelho da Fonseca, realizado no mês passado, o preço do metro quadrado nos arredores da praça varia de R$ 20 mil a R$ 35 mil. No bairro, a média gira em torno de R$ 15 mil o metro quadrado e na cidade, em R$ 9.000,00.

Antes de se chamar Vila Nova Conceição, a área era conhecida por Chácara Maria e pelo cultivo de hortifrúti granjeiros. O loteamento para a construção de residências ocorreu no século 20.

A região, porém, mantém-se arborizada. Na praça, há jabuticabeiras; jaqueiras; cajueiro; mangueiras; amoreiras e jambeiros, entre outras.

Em relação à rede de serviços, além da sua própria, o local conta com os da vizinhança, formada pelos bairros residenciais mais sofisticados da cidade.

Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da Abyara Brasil Brokers, diz que a área é ponto importante para o mercado de alto padrão. A proximidade com o Ibirapuera e pontos comerciais relevantes da cidade pesa sobre o preço.

Em geral, projetos de alto padrão se caracterizavam por acabamento e serviços diferenciados, com unidades que variam de 50 m2 a mil metros quadrados. Alguns condomínios chegam a oferecer academias de alta performance; manobrista; quadra de tênis; quatro vagas cobertas; quinze vagas para convidados; suítes etc.

O público-alvo são executivos, estrangeiros e famílias tradicionais capazes de pagar algumas dezenas de milhões de reais. Mas quem quiser morar na região da praça terá que se contentar com um imóvel usado. Isso porque não há lançamentos no local desde 2.003.

Segundo a empresa de monitoramento Geoimovel, os lançamentos feitos de 2.012 a Novembro deste ano formam uma “ilha de riqueza” entre as Zonas Sul e Oeste. Os cinco endereços mais caros da capital, com imóveis novos, estão nessas duas regiões.

VALOR CONCENTRADO

Em um trajeto de 18 km é possível percorrer, de carro, os cinco endereços com metro quadrado mais caro entre os lançamentos dos dois últimos anos em São Paulo. Segundo pesquisa da empresa de monitoramento Geoimovel, a maioria deles fica na Zona Oeste, com preço de R$ 26 mil no topo do ranking.

 

 

1º LUGAR

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Fica no refinado bairro Jardim Paulistano, na Zona Oeste, a rua com os lançamentos mais caros de São Paulo.

Segundo a empresa de monitoramento imobiliário Geoimovel, o valor médio do metro quadrado na Rua General Mena Barreto é de R$ 26 mil. Estritamente residencial, a via tem um ar quase bucólico- arborizada e com calçadas largas e gramadas.

Embora as casas predominem, é possível encontrar sobrados geminados e prédios com média de dez andares.

A rua fica entre a Avenida São Gabriel e a Rua Marechal Bitencourt. Na extremidade, há restaurantes e supermercados. O Parque Ibirapuera fica há dois quarteirões.

Foi essa a região, quando ainda era um pântano, que a empresa de urbanização Companhia City escolheu para fazer melhorias. Ali, imprimiu um conceito até então inédito na América do Sul, o de cidade-jardim, no ano de 1913.

 

 

 

2º LUGAR

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Também na Zona Oeste, na região do Itaim Bibi, encontra-se a rua com o segundo metro quadrado mais caro entre os lançamentos. Na Rua Doutor Mário Ferraz, o custo médio do metro quadrado é de R$ 23,3 mil.

A 400 metros do Parque Municipal Mário Pimenta Camargo, a via compreende lojas; bancos; restaurantes; casas e prédios residenciais.

“Muitos prédios têm vista para o Jockey Clube de São Paulo. Boas escolas e a proximidade de menos de um quilômetro do Esporte Clube Pinheiros contam a favor”, diz Fernando Sita, da imobiliária Coelho da Fonseca.

Para diferenciar o local do bairro Itaim Paulista, no extremo leste de São Paulo, os moradores passaram a se referir à área como os “terrenos do Bibi”, apelido dado ao General José Vieira Couto de Magalhães dono dos terrenos.

 

 

 

3º LUGAR

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Apartamentos de alto padrão, proximidade a parques e acesso rápido a outras zonas da cidade e estradas ajudam a elevar o preço do metro quadrado na Rua do Livramento, na Zona Sul.

A Rua da Vila Mariana tem metro quadrado médio dos lançamentos de R$ 22,2 mil- mesmo valor da vizinha Rua Curitiba.

“Há comércio e serviços locais, de fácil acesso a pé [padarias, metrô, academias, restaurantes, hospitais, etc.]. O comando do Exército, instalado na área, também nos garante relativa segurança.”, avalia o morador José Armando Guarita, no bairro há 35 anos.

Por outro lado, segundo o morador, há desafios a serem encarados. “O trânsito necessita de melhor adequação; pintura de faixas de pedestre; melhoria na iluminação e faróis sincronizados.”, conclui.

 

 

 

4º LUGAR

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Na Zona Oeste, a estreita Rua Frederic Chopin, no Jardim Paulistano, reúne edifícios espaçosos e têm importantes vias nas redondezas, como a Avenida Cidade Jardim e a Marginal Pinheiro.

Também faz vizinhança com a Avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos centros financeiros e comerciais mais relevantes da cidade.

A proximidade com o bairro de Pinheiros coloca à disposição dos moradores opções de lazer que vão de teatro a escola de samba, a Pérola Negra.

Segundo moradores do local, no entanto, há trechos problemáticos na região, sobretudo em relação ao trânsito diário, por conta de quem trabalha na Faria Lima, e à movimentação dos bares da região de Pinheiros. A situação se agrava ainda mais nos fins de semana.

A instalação de câmeras tem sido uma estratégia para auxiliar na segurança.

 

 

 

5º LUGAR

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A Rua das Fiandeiras, na Vila Olímpia (Zona Oeste), abriga o empreendimento com o metro quadrado mais caro da capital.

Lançado em Setembro, o Cyrela by Pininfarina, tem unidades de 50 m2, vendidas a R$ 1,3 milhão. A entrega do condomínio, que tem desempenho do escritório italiano que se consagrou com os modelos Ferrari, está prevista para 2.018.

Segundo Fernando Sita, a proximidade com os shoppings centers JK e Vila Olímpia; o Parque do Povo; o aeroporto de Congonhas e as marginais são atrativos da região.

Morador do bairro há 47 anos, Eduardo Fidel Collado diz que a Vila Olímpia é um “bairro de passagem, com vantagens e problemas.”.

“Aqui existe fartura: lojas; transporte; supermercados; hospitais; escolas. Mas também há congestionamentos; poluição sonora e do ar, e um custo de vida exorbitante.”.