Microapartamentos ganham espaço com preço em conta e boa localização.
Na quarta reportagem da série, veja uma opção de moradia que fica mais barata e em conta, mas que exige criatividade para adaptar.
Os microapartamentos estão ganhando espaço no Brasil. São imóveis pequenos e bem localizados, feitos pra quem quer morar perto de tudo. Este é o assunto da quarta reportagem da série “Imóveis, Reflexos da Crise”. A reportagem é de Christiane Pelajo.
Quem quer comprar ou vender um imóvel depende de um metro quadrado, um quadradinho no chão. Mas o preço dele pode variar muito até na mesma rua. Uma delas é a Rua Afonso Braz, na Zona Sul de São Paulo. Em uma ponta, o metro quadrado custa R$ 6 mil e fica do lado de uma avenida bem comercial, com muito movimento.
Se a gente se afastar só um pouquinho do início da rua, três quarteirões, o metro quadrado já dobra. Na outra ponta, bem perto do Parque do Ibirapuera, preço fica quatro vezes mais caro que no começo da rua e chega a R$ 26 mil.Para o mercado imobiliário, localização é tudo.
“Se você pensar em uma mansão feita maravilhosamente bem por um grande arquiteto, construida de uma maneira sublime, no meio do deserto do Saara, não é nada. Agora um belo apartamentinho de um dormitório ou dois em uma bela avenida, que você desce, tem padaria, infraestrutura, tem tudo. É muito mais do que em um deserto”, explica Ciro Pirondi, diretor da Escola da Cidade.
Um apartamentinho bem localizado. Quem mora em São Paulo está cada vez mais procurando um desses. São Paulo cresceu em um ziguezague desordenado de ruas, bem diferente do que a gente vê em cidades como Chicago, Nova York e até mesmo Brasília. Um caos que a gente vê e ouve no dia a dia.
“Esse modelo de ocupação urbana que existe em sp hoje é um modelo que está esgotado, e a gente sabe disso porque a gente tem visto os efeitos colaterais da cidade”, diz Cláudio Bernardes, presidente do Secovi-SP.
Morar perto do trabalho em São Paulo é quase um privilégio. A maior parte dos empregos está no centro. Quem mora nos extremos da cidade tem que viajar para lá todo dia para trabalhar.
De olho nisso, as construtoras começaram a lançar no centro da capital paulista os tais “microapartamentos”, bem pequenininhos e perto de transporte público. Até 2012 só 3%o dos lançamentos na cidade tinham até 39 metros quadrados. Agora são 13%.
Christiane Pelajo passou pela experiência de viver em um microapartamento no centro de São Paulo. Uma das grandes vantagens desses microapartamentos é que nomalmente eles ficam perto de vários lugares comerciais.
Cotia, 30 km de São Paulo. A Mariana e o Audrey agora moram em uma casa longe da capital paulista.
A casa tem 170 metros quadrados, mas a área do terreno é de 300 metros quadrados. Lá caberiam mais de 13 microapartamentos como e o metro quadrado da casa de Cotia saiu por R$ 3,8 mil. O do microapartamento pode chegar a R$ 15,9 mil. É o custo da localização.
“Tudo é carro, não tem jeito, tudo é carro. Naão tem como ir a pé para algum lugar, aqui tem que andar bastante”, conta Audrey. Para ir para o trabalho, eles pegam uma rodovia até chegar a São Paulo.
A vida mais tranquila deles têm um custo de logística. Na outra, do microapartamento, o custo é em dinheiro. Qual seria a sua escolha?