Neste ano, há mais de 19 mil unidades recém-construídas sem compradores.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, em 2008, praticamente todos os imóveis lançados tiveram compradores. Neste ano, as vendas chegaram até agora a 68%. Resultado: há mais de 19 mil apartamentos novinhos em folha esperando por compradores.
No Rio de Janeiro, os percentuais são parecidos. 6.600 imóveis novos estão vazios. O coordenador da pesquisa, Celso Amaral, diz que o acúmulo na maioria das capitais sugere um equilíbrio saudável no mercado. Os destaques preocupantes são Curitiba e Salvador.
Se as construtoras parassem de lançar apartamentos agora, nessas duas capitais, demorariam cerca de dois anos para vender todo o estoque. “A oferta está grande e as incorporadoras têm interesse em acabar com seus estoques. Este é o momento para o consumidor pedir desconto, barganhar e fazer valer o seu dinheiro”, diz Celso Amaral, diretor da Geoimovel.
A alta dos estoques de imóveis levou algumas empresas a criar novas estratégias de comercialização. Um apartamento decorado a venda, por exemplo, pode ser de um empreendimento lançado há 10 meses. E as unidades que não foram vendidas no prazo esperado pela construtora acabaram repassadas a uma imobiliária, que agora oferece os apartamentos com uma baixa no preço. “Esse desconto pode chegar em alguns casos, em apartamento de alto padrão até 40%”, explica Rogério Santos, CEO da Realton.
Dona Cleina vendeu a casa e comprou à vista um apartamento que estava encalhado e ganhou 30% de desconto. “Foi ótimo, sobrou um pouco de dinheiro para comprar os móveis, a geladeira e fazer a decoração completa”, ela conta.
Edição do dia 25/09/2013 – 26/09/2013 00h42 – Atualizado em 26/09/2013 00h59