Folha – Oportunidades Imobiliárias – Mercado se mobiliza para queimar estoque

Construtoras e imobiliárias oferecem benefícios para tentar diminuir a oferta, se recuperar e ganhar fôlego.

Os lançamentos e as vendas de imóveis acumulam números negativos neste ano em São Paulo.
Segundo dados do Secovi- SP, o volume de compra de imóveis do primeiro semestre de 2014 está 48,3% menor do que no mesmo período do ano passado. Já os lançamentos encolheram 18,8% na mesma comparação.

O reflexo do ritmo mais fraco de negócios e o principal causador da desaceleração dos lançamentos é a quantidade de imóveis em estoque.
Ainda segundo o Secovi- SP, a capital soma 21.145 imóveis lançados e ainda não vendidos. No fim do ano passado, eram 19.692.

As zonas Leste e Sul lideram na oferta e registram os maiores volumes de estoque- 5.562 e 7.218 unidades, respectivamente.
Os números mostram até mesmo que as regiões queridinhas da cidade estão sofrendo com o momento do mercado.

“Este ano foi totalmente atípico. Praticamente emendamos o carnaval com a Copa do Mundo e agora temos as eleições”, diz Fábio Sousa, diretor comercial da construtora Esser.

Para tentar amenizar o problema, construtoras e imobiliárias estão adotando descontos, bônus e condições diferenciadas de financiamento para atrair compradores para estes imóveis parados.

“Se olharmos para os preços dos lançamentos e das unidades em estoque, existe uma ‘sobra’ para dar desconto. Faz parte do negócio.”, diz Celso Amaral, diretor da empresa de monitoramento imobiliário Geoimovel e da consultoria Amaral d´Avila Engenharia de Avaliações.

A Esser fez, na primeira quinzena do mês, a primeira ação de descontos da história da empresa.
Ofereceu ao consumidor 800 unidades de todos os seus 25 empreendimentos com até 40% de desconto e conseguiu vender 250 unidades, o equivalente a um terço de todo o volume de estoque que a construtora tinha.

 

ZONA LESTE E ABC

Entre os cinco empreendimentos que mais tiveram saídas, três estão na Zona Leste: um no Brás, um no Tatuapé e um na Vila Prudente.
Outro empreendimento com destaque fica em Santo André, na região metropolitana de São Paulo.

Todos eles ofereciam apartamentos que custavam menos de R$ 500.000,00.

“O preço final é o que desperta o interesse do comprador. Com um bom preço, ele até aceita comprar um imóvel em uma região diferente da que gostaria.”, diz Sousa.

Para a diretoria comercial da imobiliária Lello, Roseli Hernandes, a mobilidade de compra está maior: “As pessoas vão se distanciando da região que queriam comprar até chegar a um lugar em que o preço caiba no bolso.”.

A Lello promove uma ação de descontos até o final do mês. Cerca de 1.600 imóveis poderão ser comprados ou locados com até 30% de desconto.
As queimas de unidades podem ajudar o setor a ensaiar alguma melhora.
A lógica é que o número de vendas suba e o volume no estoque diminua.

“Minha expectativa é que os números de estoque cheguem ao final do ano quase no mesmo patamar dos do fim do ano passado.”, afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi- SP.

“Tenho a impressão que vai ter uma absorção melhor que no segundo semestre, até porque a oferta de imóveis já foi baixa neste ano.”.

Ele diz, no entanto, que apesar dos descontos, os preços médios praticados no mercado não devem ceder.

 

 

No último mês de Setembro, a Amaral d’Avila Engenharia de Avaliações, através do seu diretor corporativo, Celso Amaral, concedeu algumas informações e dados imobiliários da Geoimovel (maior provedor de pesquisas imobiliárias do Brasil e empresa pertencente ao grupo Amaral d’Avila Engenharia de Avaliações), de matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, em um especial sobre Oportunidades Imobiliárias, no Caderno Mercado.

Essa matéria continha o seguinte título: “Mercado se mobiliza para queimar estoque.”.