Nos últimos 12 meses, variação do preço médio teve desaceleração no país. Houve queda nos preços de RS, PR e DF e alta no Ceará e Rio de Janeiro.
Desde o começo do ano, a subida do preço de imóveis novos ganhou da inflação em apenas poucas cidades brasileiras. Em alguns lugares, houve até mesmo queda real dos preços.
Basta sobrevoar as metrópoles para ver que os prédios não param de subir. Já o preço deles tem subido bem menos. Em alguns casos, está até caindo.
Uma pesquisa em 16 cidades de 11 estados e no Distrito Federal mostra que, nos cinco primeiros meses do ano, a variação dos valores médios dos imóveis novos foi menor que o índice acumulado da inflação.
Em três cidades, houve queda real de preços: em Porto Alegre, em Curitiba e em Brasília.
SÃO PAULO
No maior mercado do país, a capital paulista, os preços desaceleraram, mas ainda estão um pouco acima da inflação.
A desaceleração dos preços dos imóveis novos reflete a queda nas vendas que, só no estado de São Paulo, foi de 45% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado é um aumento nos estoques de imóveis lançados e não vendidos.
“Nós estamos vivendo já um ano de Copa, de eleição presidencial e alguns rumores no crescimento da inflação. Tudo isso faz com que recrudesça, diminua a tomada de decisão para a feitura do investimento”, diz João D’Avila, diretor técnico da Geo Imóveis.
Com a oferta em alta, ganha o consumidor. Especialistas do mercado imobiliário dizem que, para reduzir os estoques, a tendência é que as construtoras façam promoções e sejam mais flexíveis nas negociações com os compradores.
“Nós vamos verificar, ao longo dos próximos meses, certamente ações como feirões para estimular a venda de imóveis”, prevê João D’Avila.
Fernando é um investidor que tem aproveitado as barganhas do mercado imobiliário. Na última compra, conseguiu um desconto de 7%, o que era uma raridade na época das vacas gordas.
“Barganhei, fui para cima da construtora, negociei um desconto. Foi assim que eu consegui”, conta Fernando Lira, diretor técnico da Geo Imóveis.
Fortaleza e Rio de Janeiro são as cidades que lideram a alta no preço dos imóveis acima da inflação, de acordo com a pesquisa.
RIO DE JANEIRO
A temperatura está fria no Rio, mas o mercado imobiliário continua aquecido na “cidade maravilhosa”. O Rio de Janeiro é a segunda cidade brasileira com a maior alta de preços: quase 5% no ano.
Na orla do Leblon e Ipanema, os bairros mais caros do Rio, o metro quadrado está acima de R$ 20 mil. A Pavuna, no subúrbio, é o bairro mais barato. Na cidade, em geral, o valor médio do metro quadrado em maio ficou em mais de R$ 10 mil.
Resumindo, o metro quadrado carioca é o mais salgado do país. 30% a mais do que o de Brasília, que é o segundo mais caro.
FORTALEZA
Fortaleza foi a cidade onde os preços mais subiram em maio. Morar na capital cearense, com uma vista deslumbrante, tem um preço caro. Fortaleza, segundo a pesquisa Fipe-Zap, é a cidade brasileira que registrou a maior alta de preços dos imóveis entre 16 cidades pesquisadas: 5,20%.
Outro índice pesquisado foi o preço do metro quadrado do imóvel. A capital do Ceará tem o oitavo valor mais alto. O preço médio do metro quadrado é de R$ 5.380. Mais caro, por exemplo, que as capitais do Sul do país: Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis.
CURITIBA
Em Curitiba, a situação é diferente. Do início do ano para cá, o preço do metro quadrado caiu 0,33%. Hoje, custa R$ 5.049.
Os especialistas falam em acomodação provocada pela desaceleração da economia, mas ainda acreditam que o preço vai voltar a subir nos próximos meses. Mas não no mesmo ritmo dos últimos anos.
Segundo a pesquisa apesar da queda em 2014, a cidade ainda registra a maior valorização do metro quadrado no país.