Preço alto tira espaço do 4 dormitórios

No domingo, dia 27 de Outubro de 2013, a Amaral d’Avila Engenharia de Avaliações, através de seu diretor corporativo, Celso Amaral, concedeu entrevista sobre as informações extraídas da Geoimovel (maior provedor de pesquisas imobiliárias do Brasil e empresa pertencente ao grupo Amaral d’Avila Engenharia de Avaliações), ao Jornal Folha de São Paulo.

A matéria, divulgada no caderno Imóveis foi intitulada: “ Preço alto tira espaço do 4 dormitórios.”.

Participação no total de unidades lançadas em São Paulo era de 35% em 2006 e hoje está em menos de 10%.

A quantidade de imóveis de quatro dormitórios, que já foi de mais de 10 mil imóveis, lançados em 2006 e em 2007, mantêm-se abaixo das 3.000 unidades por ano desde 2011, de acordo com a Geoimovel.

O encolhimento das famílias, a maior quantidade de solteiros e o elevado estoque que se formou após o boom de lançamentos dessa tipologia são algumas explicações para a retração.

As principais delas, porém, é a alta do valor por metro quadrado de área privativa, tornando os produtos maiores muito caros para boa parte dos clientes.

“Houve uma oferta um pouco maior do que a demanda, e nesse momento o que está ocorrendo é um ajuste”, diz Celso Amaral, diretor corporativo da Geoimovel.

Segundo Amaral, ainda há estoque para ser consumido, o que permite ao comprador fazer suas apostas . “ O consumidor tem de fazer uma boa pesquisa, porque hoje o momento é dele, que pode encontrar boas ofertas nos imóveis.”.

Para não afastar os compradores em razão de um preço alto, por causa da elevação do valor do metro quadrado, a solução em São Paulo passou a ser diminuir o imóvel. Isso abriu espaços para os lançamentos de apartamentos menores.

Em meados da década passada, os apartamentos de quatro quartos dificilmente mediam menos de 170 m2.

 

MENORES

Hoje são comuns e já há lançamentos com 120m2. Ainda assim, cada vez mais, tornam-se um produto de nicho.

“ Um apartamento de 120 m2 em um bairro nobre dificilmente terá valores situados abaixo de R$ 10 mil/m2 por área privativa, ou seja, já é um lançamento acima de R$1,2 milhão”, afirma Paola Alambert, diretora de marketing da imobiliária Abyara Brasil Brokers.

“Hoje há uma liquidez muito maior nos apartamentos menores”, afirma.

Para Thiago Vargas, gerente geral da incorporadora Porte, ainda há espaço para lançar quatro dormitórios. Segundo ele, o cliente se dispõe a pagar mais caro se o imóvel oferece sofisticação.

“Quem busca um quatro dormitórios com suítes não quer só preço, mas valorização.”.

Dalton Guedes, gerente de incorporação da Yuny, ressalta que hoje o mercado se alterou e que a empresa adaptou-se a ele. Nas últimas duas décadas, a Yuny lançou alguns produtos com mais de 200 m2. Um deles chegava a 452 m2.

“A sofisticação acontecia em altíssimo padrão nos maiores, mas hoje as pessoas têm menos filhos e a necessidade de quatro dormitórios mudou”.

(DANIEL VASQUES)

 

QUAL LEVAR?

1

dormitório

2

dormitórios

3

dormitórios

4   

dormitórios

Bom Para

Casais sem filhos e solteiros.

Casais com um filho ou solteiros que buscam cômodo extra, como escritório.

Para quem tem dois filhos ou quer cômodos extras.

Quem quer muitos cômodos ou      apartamentos de alto padrão.

Ruim Para

Quem busca espaço; imóveis abaixo de 40 m2 viraram tendência no mercado.

Famílias Numerosas.

Quem busca a opção econômica; padrão do imóvel tende a ser melhor.

Orçamentos limitados, pois preço costuma passar de      R$ 1 milhão.

Situação de Mercado

Participação nos lançamentos está em alta e já atinge cerca de 25% do total.

Representa a maior parte dos lançamentos, ou 41% do total.

26% dos   lançamentos têm essa tipologia; há três anos, eram 32%.

Perde espaço nos lançamentos e nas vendas  na cidade.

Curiosidade

Tipologia é aposta de incorporadoras no segmento de alto padrão.

Segmento concentra tanto padrão econômico quanto elevado.

Boa parte dos imóveis está abaixo de R$ 750 mil, que permite o uso do FGTS.

Oportunidades de descontos nas unidades em estoque.