A décima nona reportagem da série de 20 matérias do Raio-X Imobiliário publicada no Jornal Folha de São Paulo, em seu caderno de Imóveis, teve como bairro em destaque, outro localizado na Zona Sul da Capital Paulista: o bairro do Ipiranga. A matéria foi expressa com seguinte título: “Tradicional, Ipiranga tem poucas unidades à venda.”.
Morar em um distrito que tem um parque, dois museus, duas estações de metrô e que, além disso, foi cenário de um relevante momento da história do Brasil é para poucos. Dos 33 empreendimentos imobiliários residenciais lançados no Ipiranga desde 2006, 26 estão completamente vendidos- há hoje apenas 464 apartamentos disponíveis (menos de 10%), segundo levantamento da empresa Geoimovel (maior provedor de informações e pesquisas imobiliárias do Brasil e empresa pertencente ao grupo Amaral d’Avila Engenharia de Avaliações.).
O tradicional distrito da Zona Sul de São Paulo, vizinho à Vila Mariana, é disputado. Além da boa localização e infraestrutura, a região já não tem outorgas onerosas (direito de construir, mediante pagamento, além do limite básico), o que reduz o número de lançamentos.
O valor do metro quadrado de um lançamento residencial no local é de R$ 6.955,00/ m2 de área privativa ainda inferior à média da cidade de São Paulo, de R$ 7.113,00.
Para Alexandre Tagawa, publicitário da incorporadora Eztec, o preço dos imóveis no Ipiranga está passando por uma acomodação, Tagawa destaca: “Os moradores ainda não aceitaram muito bem esse novo patamar de valores”. Apesar disso, Alexandre diz acreditar que, pela qualidade de vida oferecida pelo distrito, ainda há espaço para que os lançamentos continuem se valorizando nos próximos anos, pois o bairro “oferece status e qualidade de vida.”.
Na avaliação de Marcelo Bonanata, diretor de vendas da incorporadora Helbor, o Ipiranga é mais do que um distrito: “ É o que chamo de ‘bairro-cidade’, uma região que abraça a população. Ocorre lá um fenômeno similar à Mooca. O mooquense, quando está fora, fala que é da Mooca antes de falar que é de São Paulo”, diz.
O distrito deve se manter como objeto de desejo- com um número limitado de lançamentos imobiliários.
“É uma região rica em cultura e com bastante atividade de lazer. Além disso, é uma referência histórica para a cidade”, comenta João Henrique, superintendente de atendimento da imobiliária Lopes.
Ipiranga em Números:
- Há 6 empreendimentos em obras, com unidades à venda;
- Há 26 empreendimentos que estão 100% vendidos;
- Há 1 empreendimento pronto para morar, com unidades à venda;
- Há 5 empreendimentos com futuros lançamentos;
- No bairro do Ipiranga há: 59 escolas particulares, 19 escolas públicas e 5 hospitais;
- Em 2007, o Ipiranga valia R$ 2.749,00 por m2 de área privativa, em 2012, passou a valer R$ 6.955,00 por m2, houve uma valorização de 153% (a cidade de São Paulo, em 2007, valia R$ 3.373,00 por m2, em 2012, passou a valer R$ 7.185,00 por m2, houve uma valorização de 113%);
- A renda per capita mensal do Ipiranga foi de R$ 1.708,00 (na cidade de São Paulo, a renda per capita mensal foi de R$ 1.296,00) e R$ 6.955,00 é o valor médio do m2 no distrito.