Interior de SP ganha unidades amplas para acostumados a viver em casas

Em matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, a Geoimovel (maior provedor de pesquisa imobiliária do Brasil e empresa pertencente a Amaral d´Avila Engenharia de Avaliações) concedeu informações a respeito das cidades do interior paulista- com ênfase maior nas cidades de Campinas; Sorocaba; Ribeirão Preto e Jundiaí, para a realização de especial imobiliário.

A reportagem possuía o seguinte título: Interior de SP ganha unidades amplas para acostumados a viver em casas.”.

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Se a cidade de São Paulo é cada vez mais tomada por microapartamentos, no interior de São Paulo a regra é não passar aperto. Por lá, apenas 13 dos 349 prédios novos com unidades à venda têm imóveis com menos de 40 m2.

Enquanto isso, só no centro da capital há 18 edifícios com apartamentos do tipo- o menor deles, anunciado recentemente, terá 14 m2.

Os dados, da consultoria imobiliária Geoimovel, incluem 17 cidades do interior do Estado: 14 na região metropolitana de Campinas; além de Sorocaba; Jundiaí e Ribeirão Preto.

“Os apartamentos de São Paulo são do tamanho das quitinetes de universitários daqui.”, afirma o diretor da Faculdade de Economia da PUC- Campinas, Izaías de Carvalho Borges.

Quando a professora aposentada Dirce Medeiros, 63, decidiu trocar uma casa de 600 m2 em Campinas por um apartamento, a área do imóvel foi determinante.

“Eu disse para o meu marido: ‘Não me venha com nada apertadinho, tem que ter pelo menos uma sacada’”, conta. Hoje, o casal vive em um apartamento de 163 m2 do edifício Idylle Cambuí.

Para o diretor de negócios da Incorporadora Cyrela, Eduardo Leite, o público do interior, acostumado a casas, de fato valoriza espaços maiores. “Eles dão importância a varanda; churrasqueiras e quartos maiores.”, diz.

A oferta segue a demanda: pelo menos 80 dos novos prédios da região oferecem imóveis com mais de cem metros quadrados, mas alguns vão muito além disso.

É o caso do apartamento de 1.033 m2 do residencial Edimburgo, em Ribeirão Preto. São duas unidades à venda, com sauna; piscina e oito vagas de garagem.

Para os mais modestos, o prédio, da Chemin Incorporadora, também tem coberturas duplex de 586 m2. Já o apartamento básico é de 381 m2, com quatro suítes e sala com três ambientes.

“Só a varanda tem 48 m2.”, diz um comprador, que prefere não se identificar. Ele morava com a esposa em um imóvel de 209 m2 e quis ainda mais espaço para esperar a chegada do primeiro filho.

MAIS BARATO:

De acordo com Borges, a oferta de imóveis grandes tem a ver com o valor do terreno, mais barato no interior que na capital. “Aqui, uma unidade de 100 m2 é acessível para a classe média.”, diz.

A oferta para quem quer morar sozinho é menor em comparação com São Paulo. Na região metropolitana de Campinas, por exemplo, apenas 4,74% dos apartamentos à venda são de um quarto, enquanto os com dois ou três dormitórios representam 93% dos novos imóveis.

Para o professor de arquitetura da Unicamp Lauro Luiz Francisco Filho, isso pode mudar no futuro.

“Hoje, a tendência no interior é o ‘padrão família’. À medida em que os terrenos se valorizarem, os apartamentos devem diminuir.”.

Outro movimento importante, segundo ele, é a verticalização. “É um processo antigo nos centros históricos, mas bastante recente fora desses núcleos.”, afirma.

Em Campinas, entre 2.012 e 2.015, 95% dos novos empreendimentos construídos foram prédios, de acordo com um levantamento feito por Borges. Grande parte do público que compra esses imóveis é formada por moradores que estão trocando suas casas por apartamentos.

Além de preço mais baixo, a busca por segurança também motiva a mudança. “Uma casa afastada parece ser mais vulnerável do que um prédio.”, diz Francisco Filho.

Fonte: http://especial.folha.uol.com.br/2015/morar/interior/2015/11/1706077-interior-de-sp-ganha-unidades-amplas-para-acostumados-a-viver-em-casas.shtml