Em matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, a Geoimovel (maior provedor de pesquisa imobiliária do Brasil e empresa pertencente a Amaral d´Avila Engenharia de Avaliações) concedeu informações a respeito dos bairros da Zona Sul- com especial atenção para Aclimação e Paraíso, para a realização de especial imobiliário.
A reportagem possuía o seguinte título: “Sem espaço, Paraíso tem os imóveis mais caros.”.
A boa localização é o principal atrativo do Paraíso- afinal, o bairro, pertencente à região da Vila Mariana, é próximo da Avenida Paulista e no meio do caminho entre o Centro e os Jardins.
Somado a isso, a baixa oferta, tanto de terrenos quanto de empreendimentos, faz com que a região seja a mais cara entre os distritos de Saúde; Campo Belo; Santo Amaro; Vila Mariana e Jabaquara. O m2 no bairro fica em torno de R$ 14.600, segundo a consultoria imobiliária Geoimovel.
“É um bairro com infraestrutura, perto do Parque Ibirapuera e próximo a centros financeiros. A tendência é que as pessoas queiram trabalhar cada vez mais perto dos seus trabalhos.”, diz Odair Serra, presidente do Sinduscon- SP.
Para Thiago Castro, diretor de negócios da Imobiliária Brasil Brookers, o que explica os preços altos é o fato de ser uma “região universal”, quer dizer, que atrai diferentes públicos.
“Hoje, qualquer coisa nova nessa região dificilmente sai por menos de R$ 15 mil o m2.”, afirma.
Atualmente, há quatro empreendimentos com imóveis disponíveis na região, que juntos somam 52 apartamentos à venda. Apenas um deles tem unidades de quatro dormitórios; os outros têm imóveis de um a três quartos.
O Brookfield Home Design Ibirapuera, por exemplo, da Incorporadora Brookfield, tem apartamentos de dois e três dormitórios, com áreas que vão de 56 m2 a 89 m2 e preços a partir de R$ 1,2 milhões.
PLANO DIRETOR:
Segundo Castro, com o novo plano diretor, as quadras mais próximas ao metrô devem abrigar apartamentos menores, de até três dormitórios, 80 m2 e uma vaga de garagem. Já a área restante tem potencial para imóveis de alto padrão de três a quatro dormitórios.
“O Paraíso tem condições de crescer, mas o problema é que você já não encontra lá terrenos grandes. Os empreendedores precisam fazer um grande esforço de aquisição de pequenas propriedades.”, explica João da Rocha Lima Jr., engenheiro civil e professor da Escola Politécnica da USP.
ACLIMAÇÃO:
Bem próximo ao Paraíso, a Aclimação, vive uma situação parecida. Com muitos empreendimentos lançados na última década, o bairro tem sofrido uma desaceleração do mercado.
O cozinheiro Fernando Mello, 24, mora no bairro há 15 anos e conta que nos últimos oito anos as obras de novos prédios se tornaram comum na região. “É até um pouco irritante. Em todo lugar tem uma caçamba de entulho e o trânsito até piorou.”, conta.
O levantamento da Geoimovel mostra que apenas um dos empreendimentos do bairro, lançado em 2.014, ainda tem imóveis em estoque: 67 apartamentos.
“Há uns oito anos, os empreendimentos da região tinham um valor de R$ 5 mil o m2. Depois virou, R$ 7 mil; R$ 9 mil… O mercado foi respondendo bem aos lançamentos, mas quando chegou em um patamar de R$ 10 mil, R$ 11 mil, engasgou.”, explica Castro.
Além disso, segundo Lima Jr., a Aclimação não é um bairro migratório. “Faz 50 anos que o bairro é assim. Dificilmente você traz alguém que nasceu na Zona Sul para a Aclimação. Só vai morar lá quem já tem algum vínculo com o bairro.”.
Segundo ele, é um bairro para as classes média e alta. “Provavelmente o caminho para o setor imobiliário voltar a crescer na região é oferecer imóveis menores para classe média que quer morar perto do parque e grandes para a classe alta.”, diz.