Em matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo – Especial Morar 2.016, a Geoimovel (maior provedor de pesquisa imobiliária do Brasil e empresa pertencente a Amaral d´Avila Engenharia de Avaliações) concedeu informações a respeito dos bairros do Tatuapé e da Mooca, para a realização de especial imobiliário.
A reportagem possuía o seguinte título: “Tatuapé e Mooca enfrentam o desafio de crescer sem perder a identidade.”.
Próximos do Centro, com oferta farta de lazer e acesso fácil ao metrô, Mooca e Tatuapé prometem ser o principal eixo de desenvolvimento urbano da cidade no século 21.
“É a Eldorado paulistana, com um potencial de crescimento enorme, e perto de equipamentos culturais como o Sesc Belenzinho.”, diz o urbanista Valter Caldana, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Esse potencial se reflete na valorização dos imóveis. No miolo da Zona Leste, o Tatuapé, já abriga um dos metros quadrados mais caros da cidade: R$ 12.280, em média, na Vila Santo Estevão, perto do Anália Franco. Na Vila Gomes Cardim, pode valer até R$ 14.300, segundo dados da consultoria imobiliária Geoimovel.
“É um bairro que sempre exerceu fascinação sobre a população da região leste e de municípios próximos, em especial Guarulhos.”, diz Fábio Cataldi, diretor de desenvolvimento da Imobiliária Brasil Brokers.
Segundo levantamento feito pela Folha com dados do IBGE e da prefeitura, a população do Tatuapé cresceu 12% em duas décadas (de 1.991 a 2.010) – mais do que qualquer outro distrito do seu entrono, que, em sua grande maioria, só perdeu habitantes. A exceção é a Mooca, que teve aumento demográfico de 5,2%.
Os dois bairros receberam 6.719 novos apartamentos nos últimos cinco anos.
No Tatuapé, fenômeno recente são os imóveis de alto padrão, entre a Marginal Tietê e a Avenida Celso Garcia.
“O Tatuapé tem visto o lançamento de empreendimentos comerciais; prédios de escritório e hotéis. Não é um lugar onde as pessoas apenas moram.”, diz Cataldi.
A valorização atraiu mais lazer, com aumento exponencial de restaurantes e bares na região das Ruas Emília Marengo e Itapura, que consolidaram sua vida noturna.
Caldana aponta para o que chama de risco de homogeneização, que ocorreu com a verticalização de Moema e Vila Mariana, nos anos 1.970.
“O mercado imobiliário se serve das características locais em uma primeira onda de vendas, mas ele mesmo transforma o produto.”, diz.
O urbanista diz confiar, no entanto, no novo Plano Diretor e na participação da população local para ajudar a frear uma eventual descaracterização da região.
Segundo Caldana, as pessoas têm dado mais valor à identidade local. “Que se transforme o bairro, que se adense, mas que se mantenha sua qualidade de vida.”.
MUITO FAMÍLIA:
Talvez o melhor exemplo de identidade na Zona Leste seja a Mooca, bairro associado à imigração italiana e que conta com seu próprio time de futebol, o Juventus.
Para o diretor da Brasil Brokers, a forte cultura do bairro se manifesta no comportamento do mercado imobiliário: “Num primeiro momento, os lançamentos da Mooca são procurados pelos próprios moradores locais.”.
Em todos os segmentos, predominam imóveis com plantas clássicas buscadas por famílias: dois ou três dormitórios em 78% dos casos.
Um exemplo é o alto padrão Família Mooca, da Construtora Barbara. A unidade, de 122 m2 (três suítes), é vendida a partir de R$ 1 milhão.