Na semana passada, nós falamos aqui sobre a importância de se contar com uma empresa especializada em engenharia de avaliações na hora de realizar avaliações em imóveis rurais. Abordamos o fato de que apenas um engenheiro agrônomo ou florestal, amparado por um banco de dados consistente, irá conseguir obter os melhores resultados para os seus clientes.
Além desses pontos, no texto anterior também citamos que os casos de fraudes em avaliações de imóveis rurais são bastante comuns aqui no Brasil. E é justamente sobre esse grande problema que iremos falar hoje, mais especificamente sobre como evitar esse tipo de situação.
Cuidado com as fraudes nas avaliações imobiliárias
A falsificação de documentos de propriedades rurais é algo que existe, infelizmente, desde o tempo do Brasil Colônia. E por mais tecnologia que tenhamos à disposição na sociedade atual, o sistema brasileiro que armazena as documentações dos imóveis e regiões rurais ainda não é totalmente informatizado e consolidado.
Isso abre grande margem para estelionatários altamente especializados se aproveitarem de dados defasados e imprecisos. Além disso, há falta de informações sobre diversas regiões do Brasil, em praticamente todos os estados, inclusive na região Sul e Sudeste. Os criminosos também costumam fazer acordo com alguns cartorários para conseguir falsificar assinaturas e documentos de registro de imóveis.
Tipos de fraudes em propriedades rurais
Muitas vezes, os falsificadores agem escolhendo áreas que foram subdivididas, gerando sobras de grandes terrenos sem uma descrição específica, com inventários antigos e, com isso, produzem “novos” documentos sobre essas áreas, muitas vezes até aumentando-as! Por exemplo: uma área de 100 hectares “vira” 1000 hectares e é posta à venda pelos criminosos.
Outra fraude comum em imóveis rurais envolve garantia em operações de crédito, nas quais as maiores vítimas são as instituições financeiras e empresas que concedem crédito, como no segmento de agronegócios.
Como acontece: geralmente, o estelionatário oferece um terreno com documentos falsificados como garantia para o banco. Esse, por sua vez, envia um avaliador de sua confiança para avaliar o bem, no entanto, se o profissional não for especializado, o estelionatário, poderá conseguir que a área seja aceita em garantia.
Quando a pessoa física ou empresa não pagar o financiamento, e houver a cobrança da dívida e consequente garantia, será descoberto, que a garantia se traduz em um “papel” sem valor, ou que há imensos problemas para a efetivação da garantia, ou seja, áreas diferentes, localização imprecisa, presença de posseiros, e o valor, poderá ser próxima ou igual a “ZERO REAIS”!
Avaliações de imóveis rurais: dicas para não cair em fraudes
Ao fazer uma negociação, é preciso estar atento a inúmeras questões importantes. Estelionatários e falsificadores agem com sobreposições de títulos, negociando áreas ocupadas, devolutas, ou originárias de processos judiciais muito antigos, entre outros casos que já mencionamos.
Há alguns cuidados que devem ser tomados, em especial nas operações de concessões de crédito, senão vejamos:
– Caso o garantidor tenha adquirido o imóvel em data recente, sugerindo, assim, que a aquisição tenha ocorrido com o fim exclusivo de que fosse constituída a garantia, ou operação de dação em pagamento, é melhor desconfiar! Ao invés de comprar o imóvel por que o garantidor não pagou a dívida? É um procedimento que suscita dúvidas!
– Se um imóvel com áreas elevadas, 20.000ha, 50.000ha, for oferecido em garantia, ou em uma dação em pagamento, é melhor desconfiar! São poucas as glebas com grandes dimensões no Brasil, que não tenham problemas possessórios!
– Se um imóvel for adquirido por meio de “procuradores” e a seguir for oferecido em garantia, ou em uma dação em pagamento, é melhor desconfiar! Há necessidade de conferência da veracidade de todas as assinaturas dos procuradores.
Para o diretor corporativo da Amaral d’Avila Engenharia de Avaliações, Celso Amaral, a dica principal é: “sempre tenha uma boa empresa especializada na avaliação de imóveis rurais, culturas, agroindústrias, antes de fechar qualquer negócio”.
A Amaral d’Avila, por exemplo, possui um departamento de agronegócios e meio ambiente, composto por profissionais especializados, experientes, além de manter um banco de dados com informações sobre a atividade de cartórios corruptos, dados de estelionatários, etc.
Um bom negócio é importante, mas um bom negócio com segurança vale muito mais!