E na primeira reportagem do ano, para o Jornal Folha de São Paulo, Celso Amaral, diretor corporativo da (maior provedor de pesquisas imobiliárias do Brasil e empresa pertencente ao grupo Amaral d’Avila Engenharia de Avaliações), forneceu informações para especial imobiliário.
A reportagem possuía o seguinte título: “Imóveis compactos, decoração simples e tons ‘calmos’ devem marcar 2.017.”.
A tendência é que 2.017 seja um ano de economia: imóveis menores, decoração pouco colorida e projetos de design ou jardinagem mais em conta, segundo especialistas.
No mercado imobiliário, os protagonistas serão os apartamentos compactos, com até dois dormitórios e valor em torno de R$ 400 mil.
Desses, o tipo de imóvel cuja oferta mais tem crescido, segundo Flávio Amary, presidente do Secovi- SP (entidade do setor imobiliário de São Paulo), é o de um dormitório, com tamanho entre 20 m2 e 30 m2.
“As pessoas aproveitam cada vez mais o que a cidade oferece de lazer e cultura e acabam vivendo em espaços menores.”, diz Amary.
Apartamentos com dois dormitórios, entre 45 m2 e 60 m2, com valores a partir de R$ 300 mil, não devem ficar muito atrás, afirma Luiz Fernando Moura, diretor da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias). “São imóveis-curinga, os mais procurados em qualquer época.”.
A venda de apartamentos e o número de lançamentos, contudo, só devem apresentar uma melhora no segundo semestre, motivados por um possível cenário de queda na taxa de juros e de estabilidade política e econômica, afirmam os especialistas.
Em relação ao número de lançamentos, a consultoria imobiliária Geoimovel prevê 134 novos empreendimentos na capital em 2.017. O Secovi-SP não tem uma estimativa.
Entre os lançamentos, os destaques serão os empreendimentos múltiplos, que oferecem diferentes tipos e tamanhos de unidades, afirma Celso Amaral, diretor corporativo da Amaral d´Avila Engenharia de Avaliações e da Geoimovel. “Isso aumenta as chances de o cliente comprar um apartamento em um edifício, já que existe uma maior variedade de opções.”, explica.
Enquanto o cenário não melhora, as incorporadoras devem se empenhar para vender as unidades em estoque, diz Pedro Fernandes, presidente da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário.
A redução dos estoques, no entanto, pode ter como consequência um aumento no valor de venda das unidades, observa Fernandes. “O ano que vem será de retomada para o mercado imobiliário.”.
SIMPLICIDADE A TODO CUSTO VAI DEFINIR DECORAÇÃO:
Tons neutros e objetos sustentáveis devem ficar em voga na decoração em 2.017, segundo designers.
Simplicidade é o termo que vai definir o novo ano, afirma Sueli Garcia, do escritório de consultoria P.O. Box: “Haverá redução de excessos. Os ambientes terão poucos ornamentos.”.
A diminuição do tamanho dos imóveis, que não comportam mais tantos objetos, e a crise econômica colaboram para essa tendência, diz Garcia.
A designer observa ainda que os ambientes serão compostos por cores neutras, como o off- White, e derivadas de elementos da natureza, como o marrom.
Em um cenário de casas pequenas, os móveis modulares, que permitem constante customização dos espaços, também devem fazer sucesso, apontam Alexandre Salles, professor do Instituto Europeo di Design, e Noura Van Dijk, vice-presidente da Associação Brasileira de Designers de Interiores.
Para os dois profissionais, o uso de peças recicladas e de fibras naturais nos projetos também ganham força neste ano.
É A VEZ DAS PLANTAS MAIS SIMPLES, QUE DEMANDAM POUCOS CUIDADOS:
A crise econômica vai ditar até a escolha das plantas para o jardim. Em vez de projetos suntuosos, com plantas grandes, surgem como alternativa mais barata suculentas, cactáceas e hortas orgânicas, que exigem pouca manutenção, aponta a paisagista Ana Paula Magaldi.
Segundo ela, entre todos os gêneros, são as suculentas que devem ter mais destaque.
A Sansevieria cylindrica, mais conhecida como lança- de- são- Jorge, a dasilírio, ou rabo- de- dragão, e a Agave filamentosa são algumas sugestões da paisagista.
A vantagem das suculentas, lembra, é que não precisam ser regadas com muita frequência e se adaptam bem tanto ao calor quanto ao frio.
Levar as plantas do jardim para dentro de casa também deve ser outra tendência. “Além de decorativas, algumas espécies ajudam a purificar o ar de casa.”, observa Sueli Garcia, sócia do escritório de consultoria P.O Box.
Sistemas de reuso da água para o jardim e o uso de revestimentos sustentáveis em áreas externas também serão uma preocupação maior daqui em diante, afirma o paisagista Alex Hanazaki. “A sustentabilidade será uma obrigação, não apenas uma preocupação.”.
EM TEMPOS CONTURBADOS, CORES FICAM COM A TAREFA DE TRANSMITIR SERENIDADE:
O “greenery”, ou verde- folhagem, é a cor do ano segundo a Pantone, instituto conhecido por seu sistema de cores. Aqui no Brasil, outros tons também ganharam a tarefa de representar 2.017. Em comum, têm o fato de serem pouco vibrantes e transmitirem calmaria.
O Comitê Brasileiro de Cores, que pesquisa as tendências do setor, por exemplo, escolheu o azul “sky” como o tom do ano- semelhante ao do vestido da Cinderela.
“Nesses tempos conturbados, nada melhor do que tons azuis para trazer paz e tranquilidade às nossas vidas.”, explica a presidente do comitê, Elisabeth Wey.
A marca de tintas Coral escolheu uma cor parecida: o azul “mergulho sereno”, que tem um toque acinzentado. O motivo da seleção foi o mesmo. “Ajudar as pessoas a encontrar a paz.”.
O vermelho avioletado “cortina de teatro” foi a escolha da Suvinil para 2.017. “A cor terrosa representa a origem do Brasil, que está em um momento de busca de identidade.”, diz Ana Kreutzer, consultora da marca.
Já a Lukscolor elegeu o marrom amarelado “lizard”, que, segundo a marca, torna os ambientes “envolventes e aconchegantes.”.