Em recente matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, Celso Amaral, diretor corporativo da Geoimovel (maior provedor de pesquisa imobiliária do Brasil e empresa pertencente a Amaral d´Avila Engenharia de Avaliações), forneceu informações a respeito da Sé, para especial imobiliário.
A reportagem possuía o seguinte título: “Com imóveis ‘supercompactos’, Sé abriga os sem-carro.”.
Um dos bairros mais famosos de São Paulo- que abriga seu marco zero-, a Sé atrai empreendimentos “supercompactos”. Segundo a Geoimovel, o distrito concentra quatro lançamentos. Dois no bairro homônimo e dois na vizinha Liberdade.
Em comum, todos têm apenas um dormitório e uma metragem baixíssima- o maior tem área privativa média de 34,65 m2. E o menor, 22 m2.
Segundo Celso Amaral, 56, diretor da Geoimovel e da empresa de avaliações Amaral d´Avila, o perfil de quem compra esses novos empreendimentos é muito específico.
“Eles se destinam às pessoas que realmente querem deixar o carro de lado, ter uma vida mais local.”.
Os dois lançamentos no bairro, o Setin Downtown Praça da Sé, da Incorporadora Setin, e o Connect SP Praça da Sé, da Sabiá Incorporadora- que são quase vizinhos, na Rua Tabatinguera- não têm vagas de garagem e ficam a cerca de 700 metros da estação Sé do metrô.
“Como o centro é a única região de São Paulo onde o transporte público é abundante, é o único lugar que dá para fazer isso.”, diz Celso Amaral, que ressalta que a maioria dos compradores moram sós.
“Em sua maioria, são solteiros ou divorciados, que querem diminuir seu custo com moradia e ter acesso a uma boa vida noturna.”, diz.
Eduardo Pompeo, 38, diretor de incorporação da Setin, diz que entre 70% e 80% dos compradores do Downtown Praça da Sé são investidores.
“Como o imóvel custa entre R$ 200 mil e R$ 300 mil, atrai de pequenos a grandes investidores. Quem tem dinheiro guardado compra, certamente buscando locação futura.”, afirma. Metade das 220 unidades já foi vendida.
É o caso da funcionária pública Sônia Gonçalves, 50. Ela comprou um imóvel no Setin Downtown e quer alugá-lo.
“Tenho um apartamento no centro, onde moro. A princípio achava perigoso, mas morando aqui percebi que é uma área legal, com infraestrutura e transporte. Acho que tende a valorizar e pensei ‘é agora ou nunca’”, diz.
Nathália Sobral, 22, representante comercial da Sábia Incorporadora, responsável pelo Connect SP Praça da Sé e pelo Connect Studios Praça da Sé, confirma a avaliação de que a maioria dos compradores mora só.
Segundo ela, 72% dos clientes dos dois empreendimentos são solteiros.
Outro aspecto comum aos compradores é a renda: 70% ganham até R$ 3.500 por mês.
REVITALIZAÇÃO:
Segundo Amaral, ônus de morar na Sé e no centro é que a região ainda é violenta. Para Pompeo, da Setin, os empreendimentos tendem a tornar a região mais segura.
“Com a ocupação do centro [de novos edifícios], com a pessoa ficando no centro, volta a haver serviços, mercados, farmácias, padarias, há mais gente circulando, melhora-se a iluminação.”.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar mantém rondas preventivas no bairro. O número de furtos e roubos na região teve queda de 12,9% de Janeiro a Setembro de 2.016, em comparação com o mesmo período de 2.015.