Em recente matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, a Geoimovel (maior provedor de pesquisa imobiliária do Brasil e empresa pertencente a Amaral d´Avila Engenharia de Avaliações), forneceu informações sobre os bairros de Perdizes e Vila Leopoldina, para especial imobiliário.
A reportagem possuía o seguinte título: “Campeão em altura, bairro de Perdizes oferece vista para serra da Cantareira.”.
Perdizes é o máximo.
A altitude máxima do distrito da Zona Oeste é de 832 metros acima do nível do mar, a maior do centro expandido de São Paulo, segundo dados da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento. A média da cidade fica em torno de 760 metros.
A região está inserida em uma espécie de rota da altitude, conhecida como Espigão Central ou da Paulista.
Na obra “Geomorfologia do Sítio Urbano de São Paulo”, o geógrafo Aziz Ab´Saber (1.924- 2.012|) escreve que a formação se estende por 13 quilômetros, de Sul a Oeste, passando por algumas das avenidas mais importantes da cidade, como Jabaquara, Domingos de Morais, Doutor Arnaldo, Professor Alfonso Bovero e a própria Paulista.
Uma das consequências da localização é a vista da cidade. De alguns pontos de Perdizes enxergam-se as marginais e a Serra da Cantareira, por exemplo, deixando moradores boquiabertos e gerando disputa por terrenos do lado das incorporadoras.
A personal organizer e psicóloga Evelyn Maghidman, 47, tem uma reação similar todos os dias, há quatro anos, desde que se mudou com a família para um apartamento na Rua Aimberê. Sua lista de “atrações” inclui o Allianz Parque, a Serra da Cantareira e a Avenida Sumaré.
“Todo dia, vou até o terraço e vejo o sol nascer, com aquele vermelhão.”, conta.
Esse cômodo da casa, do tipo gourmet, serve de ponto de encontro para a família.
“Tenho uma mesa de jantar grande, mas a gente costuma fazer as refeições no terraço.”, afirma Maghidman.
A vista até motivou reformas no apartamento, diz a psicóloga. A porta principal, por exemplo, foi movida para que, ao entrar, a pessoa dê de cara com a paisagem. O projeto é da arquiteta Adriane Tscheppen.
“Quando chegam em casa, os familiares e amigos vão direto para a janela.”, diz.
Já o cirurgião maxilofacial Filipe Amaral, 33, prefere o pôr do sol. Em Julho do ano passado, ele se mudou com a mulher para um apartamento na Avenida Marquês de São Vicente, com projeto das arquitetas Patrícia de Palma e Fabiana Silveira.
“A sala é tomada por um tom de laranja.”, diz.
Em dias de céu limpo, segundo Amaral, é possível ver o pico do Jaraguá e algumas antenas da Avenida Paulista.
Por ter comprado o apartamento na planta, ele tinha apenas uma ideia de como seria a vista. “Foi uma boa surpresa.”, diz.
QUANTO CUSTA:
Em prédios com vista privilegiada, a cada andar o preço sobe em média 3% diz Fernando Trotta, líder de negócios da MDL. A variação é o dobro da de um empreendimento “comum”.
No início do ano passado, a incorporadora entregou o edifício Mondrian, de onde é possível avistar o pico do Jaraguá, por exemplo.
O metro quadrado custa R$ 12,5 mil, em média. O valor fica dentro da estimativa da Geoimovel para preços em Perdizes: R$ 12,6 mil para lançamentos.
O Mondrian começou a tomar forma entre 2.009 e 2.010, quando começou a aquisição dos terrenos, oito ao todo, processo que levou dois anos, segundo o executivo.
“Nos pontos mais altos do bairro, a briga por terrenos é muito grande e o preço é cerca de 10% mais caro.”.